segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Gasto com transportes chegam a 53% do mínimo

Brasília (AE)

O brasileiro que anda de ônibus,
metrô, lotação ou outros tipos de transporte coletivo
em cidades com população superior a 100 mil habitantes
gasta, em média, R$ 100,00 por mês para se locomover,
segundo levantamento realizado pela Associação
Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU).
Isso equivale a cerca de 12% da renda média das
pessoas entrevistadas.

Em termos proporcionais, é no bolso da população de
menor renda - a que mais se utiliza desses serviços -
que a conta pesa mais. Para as pessoas que ganham até
um mínimo, os gastos com transporte coletivo
equivalem, em média, a 53% do salário. A pesquisa
mostra que, conforme aumenta a renda, menor é o peso
dos custos de transporte coletivo no orçamento. Para
quem ganha mais de 20 salários mínimos, por exemplo,
esses gastos correspondem, em média, a 0,4% do
ordenado.

O levantamento foi feito nos dias 10 de maio a 10 de
julho, abrangendo um universo de mais de 7.500 pessoas
em 3.100 domicílios localizados em 27 cidades do País
com mais de 100 mil habitantes.

Alguns dados se destacam. Entre as pessoas que usam
ônibus urbano, que é o transporte coletivo mais
utilizado, 65% dos entrevistados responderam à NTU que
consideram as tarifas muito altas. A pesquisa mostra
que o preço da passagem acaba sendo um dos principais
motivos que levam a população de menor renda (das
chamadas classes D e E) a substituir o ônibus por
outros tipos de transporte. O tempo de espera é outro
fator que contribui para esta opção.

O curioso, de acordo com a NTU, é que muitas dessas
pessoas que deixaram de andar de ônibus passaram a se
locomover a pé ou a usar a bicicleta. “A
utilização da bicicleta tem crescido
significativamente”, afirma a consultora em
transportes Sabina Kauark Leite, uma das responsáveis
pelo estudo.

O ônibus também está perdendo espaço como alternativa
de transporte entre as pessoas de maior poder
aquisitivo. Nesse caso, porém, está sendo substituído
pelo carro particular. “As pessoas de renda mais
elevada estão deixando o transporte coletivo e
passando a usar o carro por uma questão de conforto e
por reclamar da demora”, explica Sabina.

O resultado dessa mudança de comportamento foi
constatado nos números levantados pela Associação
Nacional das Empresas de Transportes Urbanos: o estudo
revela que, nos últimos 15 meses, cerca de 14% das
pessoas entrevistadas deixaram de andar de ônibus ou
diminuíram a freqüência de uso desse tipo de
transporte .

A pesquisa da NTU mostra que, em média, as viagens em
meios de transporte coletivo duram 38 minutos em
municípios com mais de 100 mil habitantes. Nas cidades
de maior porte, porém, a distância e o trânsito elevam
esse tempo, que chega a uma média de quase 50 minutos
nas metrópoles com mais de 3 milhões de habitantes.

No que se refere ao comprometimento da renda com
transporte particular, o estudo revela que quem ganha
1 salário mínimo gasta, em média, R$ 144,00, o que
corresponde a 82,5% do ordenado. Em contraste, pessoas
com salário superior a 20 mínimos gastam, em média R$
347,00, equivalente a 2% de seu rendimento.

fonte: www.tribunadonorte.com.br/noticiaprint.php?id=19965

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