sábado, 31 de agosto de 2013

Resposta a Álvaro Cauduro



O sr. Álvaro Cauduro, no artigo “Conselho da Cidade x MPL”, demonstra total falta de compromisso com a verdade. No artigo ele revela o elitismo que caracteriza sua visão de cidade e sua profunda incapacidade de compreender as reivindicações populares. Nenhuma surpresa para quem vê a vida passar do alto do Harmonia Lyra.

No dia 14/08 o Movimento Passe Livre realizou manifestação pela tarifa zero e por uma licitação que encaminhe uma empresa de transporte público em Joinville. Acreditamos que todos os órgãos, todos os espaços, sobretudo aqueles que planejam a cidade, devem se posicionar a respeito. O Conselho da Cidade, é notório, é criticado por variados setores da sociedade em razão da antidemocracia que caracterizou sua constituição. Isso é um ponto pacífico. O MPL foi então ao Harmonia Lyra reivindicar voz e que o Conselho fizesse uma moção de apoio à carta de reivindicações do ato, disponível em nosso site.

Em frente ao teatro entramos, em que pese um vigia do local ter gritado que era proibida nossa entrada, o que demonstra o pouco apego aos fatos por parte do Sr. Cauduro. No interior gritamos nossas palavras de ordem no teatro historicamente ligado às elites da cidade. A partir disso, o Sr. Vladimir Constante ofereceu a palavra ao movimento, a qual fizemos uso. Nesse momento o Sr. Cauduro utilizou seu microfone tentando impedir a fala do porta voz do MPL com a épica repetição de palavras “Babaca, babaca”. Diante de tão poderoso argumento, terminamos nossa fala e fomos informados que as dobradiças da porta de entrada (e não a porta mesma, outro erro do artigo do Sr. Cauduro) estavam quebradas. Não há quaisquer provas que a manifestação tenha danificado a porta, apenas a afirmação histérica daquele que chamou a manifestação de “Babaca, babaca”. Foi assinado um termo circunstanciado.

O sr. Cauduro busca desqualificar o MPL. Omite que as manifestações que tomaram conta do país tiveram seu início em torno do aumento da tarifa dos trens e metrôs de São Paulo, em manifestações convocadas pelo MPL. Argumenta ainda que o Harmonia Lyra é um espaço de cultura – mas de quem? Que setores da sociedade se apropriaram da cultura apresentada em tão nobre espaço? A periferia, que é de onde os militantes do MPL vêm, com certeza não usufruiu dessa cultura. O discurso vitimizado do Sr. Cauduro ainda é contraposto pela última votação do Conselho da Cidade na qual foi excluída a fala do porta voz do MPL da ata do Conselho, em um típico procedimento de ocultamento da história. O Sr. Cauduro diz que “todos” os conselheiros foram agredidos. Falácia: a votação apertada (21 contra 19 pela retirada) demonstra que quase metade do conselho teve bom senso e reconheceu a legitimidade das reivindicações do movimento.

Para finalizar uma nota sobre as “máscaras”: os trabalhadores que participam do MPL já sofreram várias perseguições de seus patrões simplesmente por participarem do movimento (além das perseguições que o próprio MPL sofreu da iniciativa privada). Havia pouquíssimas pessoas nessa condição, e não “metade”, como o sr. Cauduro afirma. E mais: a delinqüência, a grande deliquência, daqueles que vendem o patrimônio da nação e da cidade não se faz com máscaras. Ao contrário, sempre foi feita com uma vestimenta que é muito familiar ao Sr. Cauduro: o terno e a gravata.

Miguel Neumann, militante do MPL Joinville

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Carta de reivindicações do ato do dia 14

O Movimento Passe Livre Joinville, reunido em manifestação no dia 14 de agosto, vêm reivindicar a instalação de uma empresa pública de transporte com tarifa zero.
            O atual governo municipal não demonstrou nenhuma vontade política em modificar o transporte desde a conversa com os movimentos sociais no dia 1º de julho. Não ofereceu quaisquer datas para as audiências públicas a respeito da licitação. Quanto aos contratos da Gidion/Transtusa que irão terminar em janeiro de 2014 a única garantia é que serão provisoriamente renovados. A mensagem é clara: nenhuma mudança e permanência do transporte privado.
            As jornadas de junho conduzidas pelo povo brasileiro demonstraram nossa capacidade de mobilização e força. Paulínia, no interior de São Paulo, compreendeu as vozes das ruas e desde o dia 1º de agosto a tarifa é zero nessa localidade.
            O atual transporte coletivo em Joinville é de baixa qualidade e extremamente caro. Explora a população há mais de 45 anos, perde usuários anualmente e tem como característica uma gestão antidemocrática. É um transporte fracassado. O MPL se põe como um dos agentes para a modificação dessa situação. Por isso, reivindicamos:

- Retomada do debate em torno da licitação do transporte, não para referendar o transporte privado, mas sim no sentido da implantação do transporte com tarifa zero;
- Início do processo que conduzirá à formação de uma empresa pública de transporte;
- Solidariedade à manifestação que ocorre simultaneamente em São Paulo sobre os desvios de mais de 570 milhões de reais das obras que envolvem o Metrô e a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos.

Por essas razões estamos nas ruas, lugar do qual nunca saímos e jamais sairemos enquanto não conquistarmos uma vida sem catracas.

Movimento Passe Livre Joinville, 14 de agosto de 2013

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

NOTA SOBRE A MANIFESTAÇÃO DE QUARTA-FEIRA (14/08)




 A manifestação de ontem (14/08) demonstrou a força construída em torno do debate do transporte público na cidade de Joinville, que, diga-se de passagem, não é recente, mas tem um histórico de mais de dez anos.

Mostrou também como a união de pessoas engajadas e com debates políticos consistentes são capazes de fazer ecoar suas vozes aos ouvidos dos "patrões" da cidade, evidenciando que existe um lado da sociedade que é excluída e que tem que ser considerada em todos os seus aspectos humanos e sociais.

Lutando pela Tarifa Zero os participantes seguiram fechando ruas, em protesto, dirigindo-se ao prédio da Sociedade Harmonia Lyra, onde se encontrava em reunião o Conselho da Cidade [ver exposição de motivos sobre a não participação do MPL na nota lançada à época da conferência da cidade em Carta aberta sobre a Conferência].

A série de promessas desfeitas do governo municipal demonstra a inexistência de vontade política em mudar a atual exploração, no pior sentido da palavra, do transporte coletivo. Portanto, o movimento volta a fazer exigências imediatas ao poder público, através da Carta de reivindicações deste ato.

Um dos conselheiros, e também proprietário do prédio onde acontecia o encontro em questão, não satisfeito em insultar constantemente os manifestantes, nos acusou, sem qualquer prova ou conhecimento da veracidade dos fatos, que nós teríamos quebrado umas das portas de entrada.
Na sequência, seguimos em manifestação novamente, em direção ao terminal central, e os manifestantes realizaram um catracaço, voltando com Tarifa Zero para suas casas.
 

Movimento Passe Livre, 15 de agosto de 2013.


sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Manifestação pela Tarifa Zero! 14/08


As mais de noventa reduções de tarifa pelo Brasil, a conquista do Passe Livre Estudantil em Goiânia e, principalmente, a conquista da Tarifa Zero em Paulínia (SP) mostraram que as jornadas de junho/julho que levaram milhares de brasileiros às ruas foram um momento decisivo de nossa história recente e deram um passo importante na conquista de direitos.

Em Joinville não foi diferente. No entanto, é necessário avançarmos. Por isso o Movimento Passe Livre convida todos a participarem da manifestação de 14 de agosto, quarta-feira, com concentração às 18h na Praça da Bandeira. A luta pela Tarifa Zero só acaba quando alcançarmos um transporte público, gratuito e de qualidade!

Divulgue o cartaz, chame seus amigos e conhecidos. É o momento de conquistarmos direitos, venha lutar por uma vida sem catracas!