Ontem, dia 26 de outubro, nós do
Movimento Passe Livre realizamos manifestação na Praça da Bandeira. Mesmo com a
forte chuva que a antecedeu o ato, cerca de 100 pessoas, entre estudantes e
trabalhadores, compareceram.
O ato tinha um objetivo principal e dois complementares: a luta por um transporte realmente público, sem tarifa, sem exclusão social. Os objetivos complementares dizem respeito justamente aos meios de se conseguir esse transporte: uma medida política, o plebiscito, e uma medida econômica, o IPTU progressivo.
A luta por um plebiscito
significa o reconhecimento de que o transporte público não cairá do céu, da
vontade dos vereadores ou do prefeito, mas sim da vontade organizada da maioria
da população. Em
Tallin, capital da Estônia, nesse ano de 2012, foi aprovado o Tarifa Zero, o
transporte público portanto, por meio de um plebiscito. Há hoje projeto na
Câmara de Vereadores que busca a regulamentação do plebiscito em Joinville e a
manifestação do MPL se soma a aprovação desse projeto.
O MPL e as pessoas na
manifestação entendem que a maneira de financiar o transporte público é o IPTU
progressivo (instrumento previsto no artigo 7º do Ministério das Cidades). O
IPTU progressivo parte do fato de que a especulação imobiliária (imóveis vazios
ou subutilizados que servem apenas à venda, e não ao uso) impede o direito à
cidade, contribuindo com a periferização e comprometendo o acesso a direitos
elementos como cultura, lazer, educação, saúde etc. Portanto, quem é
responsável pela piora da qualidade de vida da cidade deve pagar por seu
melhoramento, ou seja, os grandes empresários e especuladores de terra urbana. Segundo
o IBGE, há 12.331 imóveis vazios em Joinville.
No início do ato foi-se realizada
uma assembléia na qual foram explicados as reivindicações uma a uma. Em seguida
houve batuque do grupo de Maracatu e a manifestação seguiu em passeata pacífica
pelo centro da cidade (pelas ruas Princesa Isabel, XV de Novembro, do Príncipe
e Nove de Março). Em frente a Passebus os manifestantes pararam e realizaram um
“pula catraca” simbólico, em repúdio a empresa cujo objetivo resume-se a
exploração do transporte na cidade. Por fim, retornamos a praça da Bandeira.
Já na praça realizamos a queima
da catraca. Entendemos que as várias catracas que existem em nossa cidade – a
catraca das filas da SUS, da fila da Secretaria de Habitação, a catraca do
transporte – devem deixar de existir. Ou seja, a lógica do lucro deve parar de
orientar atividades tão elementares como saúde, moradia e transporte.
No fim da manifestação reiteramos
a respeito da nossa próxima reunião de novos membros, aberta, na qual todos são
convidados, sem compromisso, para conhecer o Movimento Passe Livre. A reunião
será no dia 10 de novembro, às 15h no Centro de Direitos Humanos (Plácido
Olimpio, 660, Bucarein).
AMANHÃ VAI SER MAIOR!
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