segunda-feira, 17 de junho de 2013

Nota Publica a Organização da Passeata

Nós do Movimento Passe Livre, um dos grupos organizadores da manifestação de quinta-feira, vimos a público nos pronunciar a respeito da chamada de reunião por outros grupos na quarta-feira.

Consideramos uma atitude problemática chamar essa reunião na medida em que o fórum que organizou a manifestação foi chamado no sábado passado, às 14h na Praça dos Suiços, e encaminhou os pontos relativos à manifestação de modo aberto e democrático. Essa reunião definiu o eixo do ato, o que foi importante na medida em que as várias reivindicações tomaram forma. A pauta nacional – a violência da PM, a repressão dos governos aos que lutam por uma vida melhor, a violação da liberdade de expressão – foi relacionada a problemas locais – como a questão do transporte coletivo e a licitação e o debate em torno de outros modelos de transporte.

Causou-nos surpresa, portanto, ao ver que outros grupos, ligados ao Partido dos Trabalhadores, partido do Ministro da Justiça que pediu que os manifestantes fossem investigados pela Polícia Federal, chamassem uma reunião simplesmente sem considerar a organização prévia que estava sendo executada. Que tipo de atitude é essa que passa por cima dos setores que organizam o ato democraticamente? A que propósitos serve?

Não conseguimos ver com bons olhos grupos que tentam passar por cima das deliberações do movimento. No entanto, isso não nos causa surpresa. Há partidos comprometidos com outros objetivos que não aqueles sinteticamente definidos no cartaz que chama o ato, partidos que tem uma ligação indissolúvel com aqueles que reprimem o movimento em São Paulo e no Brasil. E não é de hoje que grupos buscam desvirtuar o movimento popular.

Porém, acreditamos que é sempre tempo de rever posições. Convidamos os grupos que chamaram a reunião de quarta que revejam essa reunião divisionista e se somem à organização prática do ato: imprimam panfletos, colem cartazes, conversem com os estudantes e com a população. Integrem-se à luta de modo a se somar positivamente ao processo de mobilizações nacionais em torno do transporte e do direito à manifestação, ao invés de buscarem promover um viés que se sobrepõe à organização democrática da manifestação. Apenas respeitando aqueles que constroem a luta diária é que avançaremos.


Movimento Passe Livre Joinville,
17 de Junho de 2013.

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