Nós do Movimento Passe
Livre, um dos grupos organizadores da manifestação de quinta-feira,
vimos a público nos pronunciar a respeito da chamada de reunião por
outros grupos na quarta-feira.
Consideramos uma atitude
problemática chamar essa reunião na medida em que o fórum que
organizou a manifestação foi chamado no sábado passado, às 14h na
Praça dos Suiços, e encaminhou os pontos relativos à manifestação
de modo aberto e democrático. Essa reunião definiu o eixo do ato, o
que foi importante na medida em que as várias reivindicações
tomaram forma. A pauta nacional – a violência da PM, a repressão
dos governos aos que lutam por uma vida melhor, a violação da
liberdade de expressão – foi relacionada a problemas locais –
como a questão do transporte coletivo e a licitação e o debate em
torno de outros modelos de transporte.
Causou-nos surpresa,
portanto, ao ver que outros grupos, ligados ao Partido dos
Trabalhadores, partido do Ministro da Justiça que pediu que os
manifestantes fossem investigados pela Polícia Federal, chamassem
uma reunião simplesmente sem considerar a organização prévia que
estava sendo executada. Que tipo de atitude é essa que passa por
cima dos setores que organizam o ato democraticamente? A que
propósitos serve?
Não conseguimos ver com
bons olhos grupos que tentam passar por cima das deliberações do
movimento. No entanto, isso não nos causa surpresa. Há partidos
comprometidos com outros objetivos que não aqueles sinteticamente
definidos no cartaz que chama o ato, partidos que tem uma ligação
indissolúvel com aqueles que reprimem o movimento em São Paulo e no
Brasil. E não é de hoje que grupos buscam desvirtuar o movimento
popular.
Porém, acreditamos que é
sempre tempo de rever posições. Convidamos os grupos que chamaram a
reunião de quarta que revejam essa reunião divisionista e se somem
à organização prática do ato: imprimam panfletos, colem cartazes,
conversem com os estudantes e com a população. Integrem-se à luta
de modo a se somar positivamente ao processo de mobilizações
nacionais em torno do transporte e do direito à manifestação, ao
invés de buscarem promover um viés que se sobrepõe à organização
democrática da manifestação. Apenas respeitando aqueles que
constroem a luta diária é que avançaremos.
Movimento Passe Livre
Joinville,
17 de Junho de 2013.
17 de Junho de 2013.
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