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A Frente de Luta pelo Transporte Público elaborou gráfico mostrando a evolução do aumento da tarifa de ônibus de 1996 até 2012 (conforme já o fizemos em anos anteriores, disponíveis aqui e aqui).
O gráfico demonstra o óbvio, isto é, que a tarifa de ônibus teve um aumento muito superior ao da inflação. Enquanto a inflação no período foi de 193,69%, a tarifa aumentou 383,4%, portanto a tarifa aumentou quase o dobro da inflação.
Boa parte das justificativas para se aumentar a tarifa é que o índice inflacionário deve ser recomposto. No entanto, se a tarifa seguisse de fato a inflação seu preço estaria em torno de R$1,76.
Se os salários – em tese – acompanham a inflação, a tarifa de ônibus a ultrapassa em muito, tornando-se um encargo significativo para as famílias brasileiras. Como já postado anteriormente neste blog, o transporte chega a consumir mais de 20% do orçamento dos brasileiros. Desse modo, se pratica uma tarifa antissocial, fazendo do transporte um artigo de luxo e excluindo milhões de pessoas desse serviço (segundo o IBGE, cerca de 37 milhões de pessoas são excluídas do transporte coletivo por não poderem pagar). Isso significa que o direito à cidade, ao lazer, à saúde, à educação são vedados a milhares de pessoas.
A Frente de Luta pelo Transporte Público não lança mão apenas de dados, apontamos também a causa do problema do transporte: o transporte estar sob poder da iniciativa privada, ser um objeto de lucro, um meio de enriquecimento de meia-dúzia de empresários e empobrecimento do grosso da população. É por isso que além de qualquer debate sobre uma tarifa maior ou menor, justa ou injusta, a Frente propõe a revisão completa do atual modelo tarifário e de gestão do transporte – por um transporte fora da iniciativa privada, público e com participação popular.
Em tempo: a despeito do truque barato de ilusionismo de Udo Dohler em aumentar a tarifa em R$0,15 centavos (sim, porque a ação dele representa um aumento da tarifa, e não uma redução de fato), o problema do transporte permanece tal e qual. Para além dos golpes midiáticos e grandiloqüentes pavimentados pela péssima última ação política do governo Carlito que se resignou em fazer o trabalho sujo da gestão seguinte, a ação de Udo Dohler tem que ser vista naquilo que realmente é: puro diversionismo para aumentar a tarifa, de fato, em quinze centavos e conseguir legitimidade para mais um passo na ampliação da desigualdade sócio-espacial em Joinville. A luta pelo transporte público permanece, isso porque nossa luta é contra todo aumento de tarifa, grande ou pequeno, e, mais ainda, contra toda e qualquer tarifa.
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O índice utilizado para se medir a inflação é o INPC, que segundo o site do IPEA acompanha a evolução dos preços de “9 grupos: 1. Alimentação e bebidas; 2. Habitação; 3. Artigos de residência; 4. Vestuário; 5. Transportes; 6. Saúde e cuidados pessoais; 7. Despesas pessoais; 8. Educação, leitura e papelaria; 9. Comunicação”.
* Divulgue o gráfico à vontade, mas cite fonte (http://nozarcao.blogspot.com/) e autoria (Frente de Luta pelo Transporte Público).
Fonte: NoZarcão.
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