Acidentes
de trânsito sobrecarregam hospitais públicos, aumentam as filas de
cirurgias eletivas e geram despesas que poderiam ser investidas para
melhorar a saúde
Gisele Krama | gisele.krama@an.com.br
A
conta atinge bolsos públicos e privados. Enquanto o azulejista Ricardo
Silva Kruge, 34 anos, passou a ocupar um leito no Hospital Municipal São
José, em Joinville, quando caiu de motocicleta no dia 8, a aposentada
Maria de Fátima da Rosa Francisco, 60, paga sessões de hidroterapia para
se recuperar de um atropelamento sofrido há seis anos.
O
gasto extra poderia estar longe do orçamento de Maria de Fátima, assim
como a redução no número de vítimas de trânsito ajudaria a desonerar a
saúde pública de Joinville. Apenas este ano, com 1,8 mil acidentados
atendidos, o São José teve de gastar quase R$ 11,3 milhões. Referência
no Norte de SC no atendimento desses pacientes, o hospital recebe 3 mil
vítimas do trânsito por ano (mais de 100 motociclistas por mês).
No
caso de Ricardo, a passagem por pronto-socorro, centro cirúrgico, de
recuperação e internação têm custo estimado em R$ 5.973,05. Não inclusos
fisioterapia e remédios para dor de que pessoas com sequelas precisam.
Reduzir em 50% a conta ajudaria o hospital a guardar dinheiro para
pagar, em três anos, o término do Complexo Ulysses Guimarães, que se
arrasta há seis anos.
Em
2011, foram 2.993 acidentados e quase R$ 18 milhões, dos quais R$ 6
milhões custeados pelos SUS. Gerente clínico do São José, Daly Silva
Alvarez diz que há impactos em outros pacientes. A cada duas cirurgias
de emergência, seis na fila por cirurgia pré-agendada (eletiva) deixam
de ser operados.
— Aí, fica esta montanha de gente esperando.
No
Hospital Regional Hans Dieter Schmidt, foram 892 acidentados neste ano,
ou R$ 22,3 mil; em 2011, foram 1.502 – R$ 35,5 mil. A diferença é que a
unidade não recebe os casos mais graves. A estimativa é de que cada
paciente custe R$ 25 (consulta, curativos e raios-x).
Fonte: Jornal A Notícia.
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