Os jornais noticiaram que o prefeito Carlito Merss anunciou o aumento da tarifa de ônibus em 6% (o que faria a tarifa antecipada passar de R$2,55 para R$2,70). O argumento do prefeito diz respeito à recuperação da inflação e que, além disso, centrará esforços na licitação do transporte.
O que o prefeito não diz é que de 1996 até outubro de 2011 a tarifa, considerando já o futuro acréscimo de 6%, aumentou 350%, enquanto a inflação, no mesmo período, foi de 174%. Portanto, dizer que o aumento recupera a inflação é hipocrisia: se a tarifa realmente se guiasse pela inflação ela deveria diminuir e não aumentar.
O que o prefeito não diz é que de 1996 até outubro de 2011 a tarifa, considerando já o futuro acréscimo de 6%, aumentou 350%, enquanto a inflação, no mesmo período, foi de 174%. Portanto, dizer que o aumento recupera a inflação é hipocrisia: se a tarifa realmente se guiasse pela inflação ela deveria diminuir e não aumentar.
O prefeito se aproveitou do momento de alegria de boa parte da população de Joinville para anunciar o aumento da tarifa e diminuir o impacto negativo dessa terrível notícia. Aproveitou-se do clima de festa para anunciar suas políticas antipopulares.
O prefeito também disse que não consultou os empresários de transporte para conceder o aumento. Supondo que isso seja verdade – o que é difícil, até porque até agora a política da prefeitura jamais se opôs aos empresários –, o fato decisivo é que ele não consultou a população para decidir sobre qualquer aumento. A população, verdadeira interessada porque é usuária do transporte, sequer é considerada no discurso do prefeito.
Além disso, o aumento está previsto para 2 de janeiro. A aplicação de aumento durante o recesso escolar e de alguns setores dos trabalhadores têm sido prática desde pelo menos 2004, quando o então prefeito Tebaldi aumentou a tarifa no final de dezembro – o que inclusive mostra uma semelhança entre Carlito e seu amigo do PSDB. Isso ocorre porque os prefeitos são incapazes de agüentar o ônus político dos aumentos e, portanto, dificultam a organização democrática daqueles que se opõe a esse tipo de decreto unilateral. Esse tipo de atitude demonstra o grau de respeito que eles têm com a população.
O Movimento Passe Livre Joinville se opõe a todo e qualquer aumento da tarifa de ônibus. E iremos utilizar de todos nossos meios para impedir que esse aumento vigore. E mais que isso: iremos continuar abrindo o debate político em torno de uma verdadeira alternativa ao transporte privado que hoje vigora na cidade e que serve ao lucro de poucas famílias, impedindo milhares de se locomoverem livremente porque transformam o direito à mobilidade urbana em uma mercadoria. Iremos continuar lutando por um transporte público, financiado por impostos progressivos e gerido democraticamente.
O prefeito argumenta que haverá uma licitação. Pois bem: só nos serve uma licitação que modifique a lógica privada do transporte, que o alce à direito, que o faça realmente público. Uma licitação apenas para legitimar a vergonhosa situação das concessionárias que desde pelo menos 1988 operam ilegalmente não mudará fundamentalmente nada. Ou muda-se o modelo ou a mudança será cosmética. O prefeito, interessado apenas em sua reeleição, pende para uma mudança cosmética.
O que está em jogo é um modelo de (anti)democracia que serve à empresários que historicamente articularam-se em torno do Estado e de uma classe política que é sua serva subalterna. Empresários que mandam e desmandam na cidade, que fazem a cidade o seu quintal para acumular capital e que por isso fazem da terra, das pessoas e do transporte apenas meios para o incremento de suas fortunas pessoais. Nós do Movimento Passe Livre, ao contrário, propomos uma cidade pensada, gerida e construída por aqueles que nela trabalham, estudam e vivem. É por isso que nos opomos a esse aumento de tarifa e temos outro projeto de cidade, verdadeiramente democrática. O governo Carlito será lembrado apenas como um mais um capítulo desse modelo antidemocrático de cidade
Já Basta! Chega de Aumentos!
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