segunda-feira, 16 de março de 2009

Passe Livre vai atender 22.253 estudantes em Maringá

5.102 alunos solicitaram o benefício pela primeira vez, enquanto 17.151 estudantes pediram a recarga dos cartões


A Secretaria de Transportes finalizou o balanço das solicitações do Passe Livre do Estudante, que este ano vai atender 22.253 alunos da rede pública e particular. Segundo o levantamento da Setran, 5.102 alunos solicitaram o benefício pela primeira vez, enquanto 17.151 estudantes pediram a recarga dos cartões magnéticos.

O secretário de Transportes, Walter Guerlles, comenta que o número de beneficiados com o Passe Livre está dentro do previsto. "A nossa expectativa era atender 22 mil estudantes este ano, e recebemos um pouco mais. Nosso compromisso é atender todos os estudantes que desejam receber o benefício e que se enquadrem na legislação, e assim foi feito", diz Guerlles, elogiando o trabalho da equipe da Setran.

"Trabalhamos em ritmo acelerado para entregar os cartões o quanto antes. Parabéns para a equipe da Secretaria que conseguiu entregar os cartões num tempo recorde, em até três dias depois de solicitados, enquanto o prazo por lei é de trinta dias".

Fonte http://www.tribunadonorte.com/index.php?setor=DETALHESNOTICIA&nid=288517

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

MPL Curitiba - Nota - Violência policial em ato contra o aumento da passagem

A truculência policial abateu-se sobre o Movimento Passe Livre Curitiba (MPL). O movimento estava em manifestação no dia 13 de fevereiro, seguindo uma jornada de luta de vários atos e panfletagens anteriores, reivindicando a redução da tarifa de ônibus para o patamar anterior (de R$2,20 para R$1,90), pela abertura da "caixa preta" da URBS e pelo passe livre, fundado na ampliação do direito de ir e vir. Mas como esperado, a polícia militar chegou ao local agindo já com violência ao empurrar e agredir manifestantes para que saíssem da avenida ? onde realizavam uma marcha e entregavam panfletos aos estudantes ali presentes, muitos dos quais integraram a manifestação. Cerca de 400 estudantes ocupavam as ruas.

A agressividade da polícia, sem espaço nenhum para o diálogo e totalmente despreparada para lidar com movimentos sociais, ultrapassou a agressão física no momento em que os policiais começaram a decretar voz de prisão para diversos manifestantes pacíficos. Em solidariedade aos manifestantes que estavam sendo detidos os estudantes gritavam palavras de ordem pela soltura dos manifestantes e ainda eram agredidos por porretes quando foram solidários tentando se aproximar para libertar os detidos.

Eis que o reforço da polícia militar chegou e distribuiu violência gratuita aos manifestantes, agredindo-os sem poupar esforços com chutes, socos e porretes. O número de feridos foi superior a 20 pessoas, detendo 7 manifestantes de forma truculenta. No saldo um estudante teve o braço quebrado, vários outros tiveram a mão e os dedos trincados ou quebrados e uma estudante fora atingida na nuca e sangrava. Além disso, a polícia apreendeu e destruiu várias câmeras e celulares que filmavam a truculência da repressão. O tumulto quase configurou-se como uma revolta popular, muito embora a força policial eficazmente tenha defendido os empresários do transporte coletivo.

Esse não é, de modo nenhum, um caso isolado. Em 2 de abril de 2008 um estudante foi encaminhado ao Hospital Evangélico após ser espancado pela Guarda Municipal em uma manifestação pelo Passe Livre. Em 15 de setembro um militante do MPL declarou ao Jornal *Comunicação* da UFPR quanto à possibilidade de aprovação do Passe Livre: "Recebemos argumentos que sempre negam o passe livre, dizendo que existem impedimentos orçamentários ou técnicos para a efetivação do passe. Isso quando não recebemos somente a polícia". Mais uma vez, o MPL e o conjunto da população de Curitiba receberam a polícia.

Leia Mais: [MPL-Curitiba] Truculência Polícia deixa estudantes feridos - Nota do MPL | [Mpl Curitiba] Panorama após o ato 13 de Fevereiro

Fotos: MPL Curitiba - algumas fotos da manifestação

Notícia tirado da pagina do Centro Mídia Independente http://www.midiaindependente.org/

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

ESTAMOS DE VOLTA - Frente de Luta pelo Transporte Público

Os movimentos sociais, organizações, entidades e grupos políticos que se organizaram para barrar o aumento de tarifas em agosto de 2007 está de volta numa nova Frente de Luta pelo Transporte Público.

A reunião que marcou a volta da Frente ocorreu ontem (12/02), no Centro de Direitos Humanos Maria da Graça Braz (CDH), onde 25 pessoas participaram. Até agora, formam a nova Frente de Luta as seguinte organizações.

Movimento Passe Livre Joinville | Juventude Revolução | Diretório Acadêmico de Comunicação Social Cruz e Souza (Dacs/Ielusc) | Centro Acadêmico Livre de História Eunaldo Verdi (Calhev/Univille) | Grêmio Estudantil do João Rocha | Grêmio Estudantil do Preisdente Médici | União Joinvilense dos Estudantes Secundaristas

Nesse primeiro encontro, também estiveram presentes representantes de três vereadores do PT de Joinville, do Movimento Antimanicomial, do Centro de Direitos Humanos, da Esquerda Marxista (EM/PT), Juventude Socialista (JS/PDT) e do PSOL.



Desse encontro, saíram as seguintes reivindicações ao poder público.

1. Não ao aumento das tarifas de ônibus

2. Não ao subsídio para as empresas de transporte

3. Auditoria nas planilhas realizada pelo DIEESE

4. Debate do aumento com a população através de audiências públicas e reuniões nos bairros

5. Passe Livre Estudantil sem aumento de tarifa

6. Criação de uma empresa pública de transporte


http://barraroaumento.blogspot.com/ http://barraroaumento.blogspot.com/

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Auditoria no transporte!

O Movimento Passe Livre Joinville estará realizando uma intervenção pacífica na primeira sessão da Câmara de Vereadores, terça-feira (3/02), às 17h. Estará se distribuindo o panfleto que está no seguinte link: http://mpljoinville.blogspot.com/2009/02/panfleto-auditoria.html
O Movimento reivindicará o não-aumento da tarifa, não ao subsídio ao transporte (entendendo que o subsídio é transferir dinheiro público que poderia ser investido em saúde e educação para os cofres das empresas) e auditoria no transporte coletivo, para conferir a realidade das planilhas de custo, que hoje são elaboradas somente pelas empresas, em um processo nada transparente e democrático.
Participe da luta contra o aumento!
Movimento Passe Livre Joinville
mpl.jlle@gmail.com
http://mpljoinville.blogspot.com/

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Panfleto auditoria




Clique na imagem para ampliar

O download da versão de impressão do panfleto em PDF pode ser feito pelo link http://www.4shared.com/account/file/83635304/10fb90e2/Panfletos_auditoria.html

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

CARTA AOS MOVIMENTOS SOCIAIS

As últimas semanas de 2008 foram de péssimas notícias para a população de Joinville quando o assunto é transporte coletivo. As empresas Gidion e Transtusa pediram ao ex-prefeito Marco Tebaldi (PSDB) um aumento de 9,7% na tarifa das linhas convencionais, elevando o preço de R$ 2,05 para R$2,25. Em seu governo, Tebaldi deu quatro aumentos de passagem, todos via decreto, marcados pela falta de democracia e em defesa da iniciativa privada.

O posicionamento do ex-prefeito foi deixar a decisão para o novo Prefeito Carlito Mers (PT), que assumiu no dia 01 de Janeiro de 2009, ocasião em que o Movimento Passe Livre se manifestou contra o aumento das tarifas e sofreu repressão de um sindicalista do PT em relação à faixa[1]. Porém dias antes, em 19 de dezembro de 2008, em reportagem publicada no Jornal A notícia, o novo Prefeito Carlito Mers sinalizou que ao contrário dos seus adversários, em nenhum momento prometeu reduzir as tarifas. A análise do aumento da tarifa no transporte coletivo seria observada somente após a posse, quando seriam tomadas às medidas necessárias.

O Movimento Passe Livre, que se organiza em Joinville há três anos e 10 meses, tem como pauta central o passe livre universal aos estudantes e a cada dia amadurece sua concepção de transporte coletivo para cidade.

Desejamos pontuar a importância desde já uma organização da luta contra qualquer aumento da tarifa no transporte coletivo e para tanto é de grande validade a articulação de todas as frentes das lutas sociais joinvilenses, como os movimentos sociais, as entidades de classes, associações de moradores e todos-as as frentes e individualidades de fato em construir um transporte coletivo realmente público em que seja retirado da lógica de mercado.

Nosso objetivo é construir uma ampla frente única com a população, os movimentos sociais, sindicatos, associações de moradores e todos os outros segmentos que estejam dispostos a barrar o aumento nas tarifas.

Os contatos do Movimento Passe Livre de Joinville está aberto para a construção da luta pautada nas reais necessidades da população de Joinville.


Contatos
Blog

http://www.mpljoinville.blogspot.com

e-mail: mpl.jlle@gmail.com

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Nota do Gazeta de Joinville 02/01/2009


E a fiscalização já começou

Aliás, Carlito não precisou nem pedir. O Movimento Passe Livre Joinville, compareceu a posse do novo prefeito com uma faixa debaixo do braço: "Contra o Aumento da Tarifa de Ônibus".

Há quem diga que foi um protesto pacífico e há quem diga que houve membros do Partido dos Trabalhadores tentando rasgar a faixa e até ameaçando usar de "força bruta". Mas o fato é que se 171 mil joinvilenses votaram pela mudança, esses mesmos 171 mil joinvilenses estarão em cima de Carlito para verem as mudanças propriamente ditas.

Cristiano Alves

1 comentários:

Anônimo disse...

O Movimento Passe Livre Joinville,

além do preço "diferenciado" retiram os onibus de alguns horarios da tupy ate a zona zul ,leva agora duas horas..... e muita espera nos terminais depois das 11 da noite
quem pretende utilizar corujao é para quem ta passeando nao quem esta voltando do trabalho!
a qualidade do serviço caiu, nota zero ao monopólio.

3 de Janeiro de 2009 12:52

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Movimento Passe Livre na posse de Carlito Merss




No dia 1º de janeiro de 2009 o Movimento Passe Livre Joinville (MPL), movimento autônomo e apartidário (mas não antipartidário), fez uma intervenção na posse do prefeito eleito, Carlito Merss (PT). Com uma carta aberta à população na forma de panfleto (postagem anterior) e uma faixa com os dizeres "Contra o aumento da tarifa de ônibus - Movimento Passe Livre Joinville" o movimento posicionou-se contra a possibilidade de aumento de tarifa sinalizada pelas empresas de transporte (Gidion/Transtusa). A pauta do diálogo e da democracia foi muito presente e enfatizada pelo então candidato Carlito durante a campanha eleitoral, o que fez o MPL aproveitar o primeiro dia de governo para contestar, desde já, a iniciativa privada – que prima e funciona através da lógica do lucro – instalada no setor de transporte coletivo da cidade há mais de 20 anos. Segundo o movimento, a iniciativa privada no transporte cria uma distorção de valores, elevando a primeiro plano o interesse das empresas em realizarem seus lucros e relegando a um patamar inferior a mobilidade urbana da população joinvilense (cerca de 150.000 deslocamentos diários). Em resumo, o privado substitui o público. Foram entregues os panfletos à maioria dos vereadores e também ao prefeito.

Vale notar que ao estender a faixa, os militantes do movimento foram abordados por um sindicalista do PT que tentou os intimidar dizendo que arrancaria e rasgaria a faixa se eles não a tirassem por livre e espontânea coerção. Ameaçou também sugerindo a utilização de força bruta. Algumas pessoas presentes o acalmaram e a faixa continuou estendida até o fim da intervenção


mpl.jlle@gmail.com

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Carta Aberta à População sobre o Aumento de Tarifa do Transporte Coletivo em Joinville



O Movimento Passe Livre Joinville (MPL) vem por meio desta carta pública reivindicar ao novo prefeito que não conceda aumento nas passagens do transporte coletivo de Joinville em 2009.

As empresas Gidion e Transtusa pediram ao ex-prefeito Marco Tebaldi (PSDB) um aumento de 9,7% na tarifa das linhas convencionais, elevando o preço de R$ 2,05 para R$2,25. Em seu governo, Tebaldi deu quatro aumentos de passagem, todos via decreto, marcados pela falta de democracia e defesa da iniciativa privada.

Joinville já possui um dos sistemas de ônibus mais caros do Brasil e o mais caro de Santa Catarina, o que ocasiona uma política de exclusão das pessoas, principalmente dos trabalhadores informais, estudantes e desempregados. Como se não bastasse, a precarização do serviço acentuou-se significativamente nos últimos anos com a imensa lotação dos ônibus.

Faz-se necessário reformular a concepção de transporte. Hoje, ele é visto como mercadoria que pode ser comercializada de forma irresponsável.O MPL apresenta outra alternativa para o transporte coletivo: a municipalização. Ela vai garantir o acesso pleno dos jovens à Educação, Cultura e Lazer, melhorar o trânsito da cidade e cobrar impostos dos mais ricos para financiar o passe livre para todos e todas.

Lutaremos até a municipalização do transporte coletivo, gerido pelo município com ampla participação popular nas decisões sobre as linhas, horários e reajustes tarifários do serviço, como medida de extinção da iniciativa privada e da lógica do lucro do setor do transporte.

Esperamos do novo prefeito que qualquer decisão sobre o aumento seja discutida com os movimentos sociais, entidades de classe, associações de moradores e toda a cidade de Joinville. Caso contrário, a nova gestão da Prefeitura estará legitimando a maneira tradicional e conservadora de tratar a questão do transporte coletivo, ou seja, com decisões antidemocráticas e primando pela conservação dos interesses históricos das empresas de transporte em detrimento do interesse da população.

Movimento Passe Livre Joinville, 1º de janeiro de 2009.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Outras vozes na cidade

Entrevista concedida à MK. Reproduzido de Vivonacidade


A entrevista a seguir é com Kleber Tobler, militante social do Movimento Passe Livre de Joinville, que no último Grito dos-as Excluídos-as na cidade foi vítima da repressão estatal aos movimentos sociais. Infelizmente não é uma novidade como podemos perceber as ameaças, perseguições, prisões ao MPL-Joinville, aos trabalhadores-as da Cipla-Interfibra, ao movimento estudantil e outros.

A publicação acontece somente agora por conta da audiência que já aconteceu e o Exército resolveu arquivo o processo contra o movimento.

O que levou você a participar do Grito dos Excluídos em Joinville ?

Tobler - Pelo segundo ano consecutivo o Movimento Passe Livre Joinville, do qual eu sou militante, participa do movimento do Grito do Excluídos, que é uma manifestação popular promovido pela Igreja Católica inserida no desfile de independência do Brasil e tem a participação dos movimentos populares, pastorais, entidades, igrejas e movimentos sociais. Para mim e para o MPL Joinville é sempre uma grande satisfação e orgulho participar do Grito, manifestação esta que promove realmente um verdadeiro desfile cívico, no qual se encarrega de levar o caráter popular de manifestação aos brasileiros, comprometido com verdadeira cidadania, fortalecida sempre pela democracia direta. O Grito apesar de ainda ser visto com forte preconceito por setores conservadores tem tido um grande reflexo positivo dentro do desfile de 7 de setembro perante a sociedade. O desfile é sempre carregado de simbolismo e reivindicações populares e tem um forte comprometimento com as causas sociais.

Os poderes constituídos na cidade estão escutando as vozes dos-as excluídos-as ?

Tobler- Sinceramente acho que nem um pouco: os poderes constituídos da cidade de Joinville têm olhado sempre com grande preconceito e indiferença as vozes dos excluídos da cidade. O MPL, outros movimentos e setores populares têm sido perseguido e criminalizado na cidade de Joinville.

O nosso movimento, por exemplo, tem sofrido constante violência e repressão dos poderosos da cidade. Já fomos presos por nos manifestar em diversas ocasiões, perseguidos por grupos monopolistas do transporte coletivo com contratações de gangues e seguranças particulares para nos intimidar e perseguir.

Somos também constantemente criminalizados pela “imprensa marrom” de Joinville que tem se colocado como porta voz de grupos empresariais e políticos da cidade de Joinville.

O prefeito em exercício tem demonstrado em anos de governo um modo de governar, no mínimo, “fascistóide”, pois se alia à máfia empresarial local e a politicagem corrupta da cidade contra as vozes que lutam contra as injustiças sociais e tem usado de todos os poderes em mão para destruir e criminalizar os movimentos sociais da cidade.

A ditadura militar brasileira (1964-85) perseguia, prendia, torturava e até matava seus-uas opositores-as. Hoje ainda sofremos com as permanências esse nefasto momento da história recente do Brasil ?

Tobler- Atrevo-me a dizer que a ditadura não acabou definitivamente com a dita redemocratização do país.

Lembre dos exemplos que dei somente com o MPL Joinvile, um movimento que tem apenas três anos de atuação e militância e já foi diversas vezes perseguido e criminalizado com táticas que lembram seguramente os tempos ditatoriais.

O estado de direito que temos hoje é constituído por muitos do que mataram pessoas e destruíram a democracia brasileira.

Quer exemplos do que falo? A policia militar do mesmo período permanece até hoje com a mesma estrutura e cultura militar; o serviço de inteligência da antiga SNI só mudou o nome, continua com as mesmas táticas dos seus tempos criminosos de perseguição e espionagem, e tem vários espiões do período trabalhando dentro da agência.

O congresso nacional é repleto destes meliantes políticos da ditadura, o poder como um todo em diversos setores também tem cadeiras ocupadas por estes criminosos de guerra.

Os militares que perseguiram, mataram e estupraram seus opositores estão livres e impunes levando a vida normalmente, vivendo muito bem do dinheiro do povo que perseguiu.

Temos um exercito que é um verdadeiro cão de guarda dos poderosos nacionais e do capital internacional.

Mentira? Quando há uma ocupação de terra pelo MST lá está a policia militar ou o próprio exército armado até os dentes para proteger os “indefesos” latifundiários de terra.
Quando a cidade de Florianópolis foi tomada por uma multidão contra o aumento das passagens lá estava a polícia militar com todo seu aparato de repressão contra o povo e protegendo os terminais monopolizados pela máfia do transporte. Depois de uma verdadeira revolta popular os poderosos colocaram na cidade de Florianópolis um escritório da ABIN para vigiar a cidade insurgente.

Acho que se ficar listando há inúmeros casos a levantar, fico por aqui. E digo seguramente que estamos longe de um estado democrático verdadeiro, comprometido com seu povo bem como sua soberania.

No domingo (07 de setembro de 2008) foi preso o KT ou um movimento social, numa outra tentativa do Estado de criminalizar os movimentos sociais ?

Tobler- No domingo mais que um militante do Movimento Passe Livre foi preso um corpo simbólico dos movimentos sociais, manifestando ali dentro do Grito dos Excluídos em busca do direito à vida e o respeito pelos direitos humanos. Infelizmente mais uma vez foi coagido e calado pela força e a intolerância do Estado falsamente democrático.

Em relação à criminalização, quais são os próximos passos que você espera dos movimentos sociais da cidade ?

Tobler- Espero mais aproximação dos diversos movimentos sociais e políticos da cidade. Vejo que estamos infelizmente altamente fragmentados, cada um mais preocupada com bandeiras e ideologias do que a construção de um novo paradigma político e uma nova sociedade. Infelizmente fiquei muito triste por ver que muitos setores da dita esquerda me criticaram ou me deram as costas em um momento em que eu precisava de solidariedade.

Quais as razões para buscar a intervenção artística caracterizado de um militar de formas demoníacas?

Tobler_ Como o próprio grito que se manifesta e carrega forte simbolismo, tentei me manifestar de forma lúdica e artística para mostrar o horror das perseguições e torturas dos militares, com a intenção de fortalecer o assunto na sociedade sobre a lei de anistia. A idéia era usar a farda militar como fantasia, usando no rosto uma máscara de demônio como personificação máxima da maldade dentro de nossa visão cultural religiosa brasileira. Vestido desta forma desfilaria na avenida carregando simbolicamente atados pela mão e pela boca três prisioneiros de guerra. Esta era a idéia a principio, que não se realizou pela truculência dos policiais, a mando dos soldados do exército.

Manifestar-se de forma lúdica sempre foi um traço muito forte em nosso movimento o MPL Joinville. Achamos nesta forma de expressão um canal poderoso de comunicação com a sociedade, principalmente para os mais jovens que geralmente simpatizam com esta forma de expressão e comunicação.

Como o próprio movimento é juvenil e do movimento estudantil nos manifestamos sempre longe dos tipos tradicionais de manifestação da esquerda, que a nosso ver já estão superadas e vistas com apatia pela nova conjuntura social brasileira.

Levar um caminhão de som subir lá em cima e se comunicar aos berros fazendo cara feia é algo do passado e esgotado como forma de comunicar-se com as massas para nosso movimento.

Nossa intervenção política não deixou de lado o megafone e nem abandonou o diálogo, mas acrescentou a este uma forma alegre e descontraída de se manifestar através do ludismo artístico.