"Procure imaginar sua cidade durante um mês sem ônibus,ou qualquer similar para o transporte coletivo. Haveria um colapso, empresas entrariam em falência, escolas e universidades funcionariam de forma precária, enfim, a dinâmica social sofreria uma alteração substancial.Nas últimas décadas o Brasil tem vivido um intenso processo de urbanização. A imensa concentração da terra, entre outros fatores,fez com que setores expressivos do campesinato abandonassem suas raízes rurais para viver o sonho de emprego e dinheiro, vida melhor nas grandes cidades. Esse inchaço das cidades, nos últimos anos em especial, ajudou a provocar nas metrópoles o fenômeno da conurbação. O crescimento de cidades próximas fez com que elas se tornassem grandes conglomerados humanos, com fronteiras meramente formais, e permanente relação entre as pessoas desses municípios próximos.Numa configuração dessa, de grandes centros urbanos,grandes concentrações humanas e profunda desigualdade social – o Brasil só perde para Serra Leoa no quesito distribuição de renda – o transporte coletivo, ou seja, o instrumento por excelência de locomoção diária de milhões de pessoas nas cidades, não pode ser visto como uma questão qualquer. Deve ser visto como um serviço público essencial, tal qual a educação e a saúde."
Jornal do Movimento Passe Livre, outubro de 2006; pág 6.
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