Transporte coletivo
Passagem mais cara de SC
Prefeito reajusta a tarifa de ônibus em 10 centavos, não atende empresários e desagrada usuários
Marco Aurélio Braga
O prefeito Marco Tebaldi reajustou em R$ 0,10 a tarifa do transporte coletivo urbano, decisão que desagradou aos usuários e não atendeu ao pedido das empresas – Gidion e Transtusa –, que queriam aumento para R$ 2,18. Os novos preços entram em vigor à meia-noite de domingo, 26 de agosto. A passagem comprada antecipadamente subirá de R$ 1,95 para R$ 2,05. A embarcada (quando o usuário compra o bilhete ao entrar no ônibus) e o serviço Pega Fácil passam de R$ 2,40 para R$ 2,50. Com isso, Joinville torna-se a cidade catarinense com a passagem de ônibus mais cara do Estado.
Dia 26
Os novos preços, R$ 2,05 (passagem antecipada) e R$ 2,40 (embarcada), devem entrar em vigor no domingo
Às 10 horas de ontem, em seu gabinete, Tebaldi se reuniu com 68 representantes de associações de moradores de Joinville. Liderados pelo Conselho das Associações dos Moradores de Joinville (Comam), o grupo ouviu os argumentos do prefeito e concordou com o reajuste de 4,65%. “Houve uma votação aberta sobre o aumento. A decisão foi unânime”, diz o coordenador do Comam, Reinaldo Gonçalves.
A estratégia de Tebaldi era dividir a responsabilidade com setores da sociedade. O prefeito argumenta que o reajuste médio de 4,65% é inferior aos 4,9% da inflação no período de 18 meses. Este prazo de um ano e seis meses é em relação ao último reajuste, que ocorreu em fevereiro de 2006. As duas empresas concessionárias têm uma frota de 263 veículos que transportam em média 200 mil usuários por dia.
A Gidion e a Transtusa haviam apresentado, em junho deste ano, proposta de reajuste de 11,97%, com base nos aumentos no custo do transporte. Com isso, o valor da passagem antecipada subiria para R$ 2,18; e a embarcada passaria para R$ 2,73. A Prefeitura preferiu não aceitar o cálculo da planilha e optou pelo reajuste conforme a inflação do período. As empresas informaram, por meio de suas assessorias, que só se manifestarão depois da assinatura do decreto, na próxima semana.
Até as associações de moradores que concordaram com o reajuste fizeram exigências, como melhorias de linhas, maior número de abrigos, pavimentação de vias e mais pontos de vendas de passagens. Também arrancaram do prefeito a garantia de que não haverá mais nenhum aumento até o final do mandato.
O Movimento Passe Livre promete ir às ruas na próxima semana. Sandovan Vivan Eichenberger, um dos integrantes do movimento, avisa que na próxima terça-feira haverá uma grande manifestação contra o reajuste. “Não vamos aceitar este aumento, que é antidemocrático e ditatorial”, protesta.
Moacir Nazário, secretário-geral da Federação das Associações de Moradores de Joinville (Famjo), diz que é difícil aceitar um aumento, mesmo que de R$ 0,10. A Famjo não foi convidada para participar da reunião com o prefeito. Os líderes da federação já haviam se manifestado contra qualquer reajuste.
marco.braga@an.com.br
Arquivo de 17 de agosto de 2007
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