O Movimento Passe Livre Joinville (MPL) vem por meio desta carta pública reivindicar ao novo prefeito que não conceda aumento nas passagens do transporte coletivo de Joinville em 2009.
As empresas Gidion e Transtusa pediram ao ex-prefeito Marco Tebaldi (PSDB) um aumento de 9,7% na tarifa das linhas convencionais, elevando o preço de R$ 2,05 para R$2,25. Em seu governo, Tebaldi deu quatro aumentos de passagem, todos via decreto, marcados pela falta de democracia e defesa da iniciativa privada.
Joinville já possui um dos sistemas de ônibus mais caros do Brasil e o mais caro de Santa Catarina, o que ocasiona uma política de exclusão das pessoas, principalmente dos trabalhadores informais, estudantes e desempregados. Como se não bastasse, a precarização do serviço acentuou-se significativamente nos últimos anos com a imensa lotação dos ônibus.
Faz-se necessário reformular a concepção de transporte. Hoje, ele é visto como mercadoria que pode ser comercializada de forma irresponsável.O MPL apresenta outra alternativa para o transporte coletivo: a municipalização. Ela vai garantir o acesso pleno dos jovens à Educação, Cultura e Lazer, melhorar o trânsito da cidade e cobrar impostos dos mais ricos para financiar o passe livre para todos e todas.
Lutaremos até a municipalização do transporte coletivo, gerido pelo município com ampla participação popular nas decisões sobre as linhas, horários e reajustes tarifários do serviço, como medida de extinção da iniciativa privada e da lógica do lucro do setor do transporte.
Esperamos do novo prefeito que qualquer decisão sobre o aumento seja discutida com os movimentos sociais, entidades de classe, associações de moradores e toda a cidade de Joinville. Caso contrário, a nova gestão da Prefeitura estará legitimando a maneira tradicional e conservadora de tratar a questão do transporte coletivo, ou seja, com decisões antidemocráticas e primando pela conservação dos interesses históricos das empresas de transporte em detrimento do interesse da população.
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