Com a defesa de liberdade, direitos humanos e de Tarifa Zero para toda a população que o MPL-Jlle pautou sua manifestação da Semana Nacional de Luta pela Tarifa Zero, realizada neste ano na data de 24 de outubro.
Integrada à Campanha Protesto Não É Crime!, a manifestação contou com apoio e participação de outras entidades de lutas sociais, cujo intuito, demonstrado nas falas, faixas e ações, foi de denunciar a perversa criminalização dos movimentos sociais, notoriamente ocorrida há mais de década, mas que se acirrou em Joinville desde agosto do ano passado. Com 24 processos sobre cinco militantes, o direito de manifestação é ameaçado pelas grandes empresas detentoras do monopólio do transporte urbano e pela ação criminosa dos comandos e subalternos da PM, que - vale rememorar - emboscaram, espancaram, torturaram, ameaçaram de morte e prenderam estes mesmos militantes.
Assim, o ato se reuniu na Praça da Bandeira, local histórico de reunião do MPL-Jlle em suas lutas, e contou com participação de cerca de 100 pessoas, e foi acompanhada de perto desde cedo por grande contingente policial.
Mas, como se a brutalidade policial e sua onerosa movimentação através da cidade não fosse suficiente, o comando da PM resolveu abarcar a manifestação com fiscais da Transtusa, policiais à paisana e outros ligados à inteligência da corporação, cuja tarefa foi registrar os manifestantes, seus rostos e ações. Bom, quem sabe assim, pelo menos eles não cometam novamente o erro crasso de, como no ano passado, de confundir um acordo mútuo entre manifestantes e os mesmos fiscais da Transtusa, feito no terminal de ônibus sobre o transporte de uma bicicleta e o roubo de uma, que foi a desculpa utilizada para emboscar o ônibus, e prender os manifestantes.
Acompanhades pelo grupo de maracatu, as/os manifestantes prosseguiram pelas ruas do centro da cidade, tomando pontos políticos importantes, como cruzamentos movimentados, e lá realizando suas falas, cujo intuito era de fortalecer o direito à voz e à manifestação.
Houve, ainda, em frente à Passebus, empresa cujo presidente é o filho do dono da Gidion, e que monopoliza a bilhetagem eletrônica na cidade, o movimento proferiu falas de denúncia à empresa e promoveu um "Pula-Catraca!" simbólico.
Em seu trajeto a manifestação passou defronte à Sociedade Harmonia Lyra, clube elitizado de "divulgação" da "cultura" joinvilense, como seus donos e a grande mídia insistem em afirmar, o MPL-Jlle confeccionou uma dobradiça, no valor de R$ 300, em alusão a um dos processos mobilizados contra um manifestante, que se refere ao episódio de 14 de agosto de 2013, onde, em um conselho dito popular e democrático, a entrada da população foi proibida.
Finalmente, a manifestação prosseguiu em direção ao Terminal Central, onde um catracaço foi promovido, e centenas de pessoas - estudantes, trabalhadoras e trabalhadores - economizaram R$ 3, e isso inclui transeuntes que chegavam ao terminal para se locomoverem pela cidade e que não haviam participado da manifestação. A reação delas, claro, foi de supresa, felicidade e empatia por economizarem um passe, de seu tão suado dinheiro.
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