Numa
clara tentativa de criminalização do movimento social organizado, o
Senhor Álvaro Cauduro de Oliveira, Assessor Jurídico e Conselheiro
da Cidade em representação a Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL),
e sócio proprietário da Sociedade Harmonia Lyra, está processando,
de forma completamente aleatória e irracional, um militante de apoio
do Movimento Passe Livre de Joinville.
O
Movimento Passe Livre teve vivência de prática política junto ao
Cauduro desde a formação do Conselho da Cidade, na qual o movimento
participou e em sequência se retirou de tal espaço tamanho viciado,
burocrata e antidemocrático [1]. A experiência no
Conselho da Cidade nos deu clareza sobre que espaços devemos tomar:
as ruas. Deixamos então, que o poder econômico e político se
afoguem nas asneiras que pronunciam contra a população joinvilense.
No
dia 14 de agosto, o MPL marcou uma manifestação na Praça da
Bandeira, para reivindicar a instalação de uma empresa pública de
transporte com tarifa zero.
O
ato mostrava o descaso do governo municipal com o transporte coletivo
[2] , e como a exploração do serviço tanto faz sofrer a
população. Nossas principais pautas foram a retomada do debate em
torno da licitação do transporte, há muito ilegal; o início do
processo que conduzirá à formação de uma empresa pública de
transporte; e a solidariedade com a manifestação que ocorria
simultaneamente em São Paulo [3].
No
decorrer da manifestação, a população se dirigiu até a Sociedade
Harmonia Lyra, local onde acontecia a reunião do então Conselho da
Cidade. Destaquemos que, as reuniões do conselho da cidade são de
caráter público, e portanto é permitido a todos acompanharem a
reunião, deveria, em nosso entendimento, ocorrer em local também
público, e não privado, muito menos nesse em específico que tem
ligação direta com um dos conselheiros. Ainda assim entramos no
espaço, quando estavam tentando, de maneira infeliz e insuficiente,
nos proibir a entrada.
Chegamos
ao salão de reunião gritando palavras de ordem, em contraponto
tanto à reunião antidemocrática composta pelas elites da cidade,
tanto quanto ao ambiente, ligado também a classe dominante. Na
sequência nos foi oferecido espaço para fala, mas como o Cauduro é
"estupidamente democrático", não se conteve, e começou a
gritar "Babaca, Babaca", para que fosse impossível nos
ouvir. Enquanto tentávamos falar o Cauduro, novamente, veio com
acusações, sem prova alguma, de maneira desrespeitosa, alegando que
a porta pela qual entramos havia sido quebrada. Ao verificarmos,
apenas a dobradiça da porta havia se soltado. Por conta do acidente
na porta, um termo circunstanciado foi assinado por um militante de
apoio do movimento, presente na manifestação, que foi escolhido
aleatoriamente pelos policiais que lá estavam, chamados pela
amedrontada elite, para lhes proteger. Tal termo circunstanciado deu
causo ao processo em questão [4].
Não
obstante, no dia 23 de agosto, em nota publicada no Jornal Anotícia,
o Sr. Cauduro novamente ataca o MPL, fazendo diversas acusações,
como se estivéssemos a ofender, agredir, depredar. Finaliza ainda
nos chamando de delinquentes [5].
Diante
de tais fatos, não nos espanta o fato de um dos advogados da elite
estarem nos processando. É uma tentativa de criminalização, que
assola os movimentos sociais, não somos os únicos nem os primeiros.
O fato é que o poder político e econômico tenta criminalizar os
movimentos sociais porque a população buscou opinar dentro de
espaços da elite joinvilense, como o Conselho da Cidade, e a própria
Sociedade Harmonia Lyra, e tanto parece incomodar essa classe que
visa enriquecer em detrimento do sofrimento do povo.
O
militante de apoio do Movimento Passe Livre Joinville foi intimado
para comparecer na audiência preliminar marcada para o mês de
janeiro de 2014. O momento é crucial no combate por uma empresa
pública de transporte coletivo com a tarifa zero. A ação criminal
movida contra o Movimento Passe Livre representa a vontade
ensandecida e o desespero dos ricos da cidade para não perder as
suas riquezas acumuladas historicamente por uma cidade pautada na
dominação e exploração de uma pequena minoria local contra uma
imensa maioria de trabalhadores e trabalhadoras empregados/as,
desempregados/as e da juventude.
O
Movimento Passe Livre pede solidariedade e união, precisamos
concentrar a luta contra os poderes políticos e econômicos que
ferem o povo, que criminalizam os movimentos sociais, que para
demonstrar seu domínio e ego são capazes de incitar crime contra
inocente.
A
luta por uma vida sem catracas demonstrou que também é a luta
contra a desigualdade social, uma luta contra as elites desta e de
todas as cidades.
POR UMA VIDA SEM CATRACAS E SEM PERSEGUIÇÃO!
AQUELXS QUE ESTÃO CONTRA O POVO NÃO PASSARÃO!
Movimento
Passe Livre de Joinville, 11 de dezembro de 2013.
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Notas
de rodapé:
5 – Ver 'Resposta
a Álvaro Cauduro'.
1 comentários:
Realmente, vivemos sob o jugo de uma sociedade viciada, corrompida,
maquiavélica.a Nós pagamos para estudar e trabalhar; os parlamentares têm tarifa zero (carros alugados com motoristas particulares) para nos enrolar.
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