A truculência policial abateu-se sobre o Movimento Passe Livre Curitiba (MPL). O movimento estava em manifestação no dia 13 de fevereiro, seguindo uma jornada de luta de vários atos e panfletagens anteriores, reivindicando a redução da tarifa de ônibus para o patamar anterior (de R$2,20 para R$1,90), pela abertura da "caixa preta" da URBS e pelo passe livre, fundado na ampliação do direito de ir e vir. Mas como esperado, a polícia militar chegou ao local agindo já com violência ao empurrar e agredir manifestantes para que saíssem da avenida ? onde realizavam uma marcha e entregavam panfletos aos estudantes ali presentes, muitos dos quais integraram a manifestação. Cerca de 400 estudantes ocupavam as ruas.
A agressividade da polícia, sem espaço nenhum para o diálogo e totalmente despreparada para lidar com movimentos sociais, ultrapassou a agressão física no momento em que os policiais começaram a decretar voz de prisão para diversos manifestantes pacíficos. Em solidariedade aos manifestantes que estavam sendo detidos os estudantes gritavam palavras de ordem pela soltura dos manifestantes e ainda eram agredidos por porretes quando foram solidários tentando se aproximar para libertar os detidos.
Eis que o reforço da polícia militar chegou e distribuiu violência gratuita aos manifestantes, agredindo-os sem poupar esforços com chutes, socos e porretes. O número de feridos foi superior a 20 pessoas, detendo 7 manifestantes de forma truculenta. No saldo um estudante teve o braço quebrado, vários outros tiveram a mão e os dedos trincados ou quebrados e uma estudante fora atingida na nuca e sangrava. Além disso, a polícia apreendeu e destruiu várias câmeras e celulares que filmavam a truculência da repressão. O tumulto quase configurou-se como uma revolta popular, muito embora a força policial eficazmente tenha defendido os empresários do transporte coletivo.
Esse não é, de modo nenhum, um caso isolado. Em 2 de abril de 2008 um estudante foi encaminhado ao Hospital Evangélico após ser espancado pela Guarda Municipal em uma manifestação pelo Passe Livre. Em 15 de setembro um militante do MPL declarou ao Jornal *Comunicação* da UFPR quanto à possibilidade de aprovação do Passe Livre: "Recebemos argumentos que sempre negam o passe livre, dizendo que existem impedimentos orçamentários ou técnicos para a efetivação do passe. Isso quando não recebemos somente a polícia". Mais uma vez, o MPL e o conjunto da população de Curitiba receberam a polícia.
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Notícia tirado da pagina do Centro Mídia Independente http://www.midiaindependente.org/
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