sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Transporte público gratuito em Hasselt, Bélgica

A cidade de Hasselt, capital da província de Limburg, na Bélgica, faz parte de um pequeno, mas crescente, número de cidades ao redor do mundo que estão oferecendo tarifa zero no transporte público.

Desde 1º de julho de 1997, as linhas municipais de Hasselt são de uso gratuito para todos e, no caso de linhas centrais, até mesmo não-habitantes da cidade usufruem da tarifa zero.

A idéia do transporte público gratuito teve início em meados de 1996, a partir da Política Integrada de Transporte, desenvolvida pelo ministro de Transporte de Flandres (região flamenga, no Norte do país) Eddy Baldewijsn, que estabelecia o transporte público como prioridade. A cidade de Hasselt foi uma das primeiras a subscrever o plano. O prefeito Steve Stevaert propôs conceder primazia ao transporte público sob o lema “a cidade garante o direito à mobilidade para todos”.

Aspectos do sistema de transporte

As linhas locais são chamadas de Linhas H e funcionam das seis da manhã até sete da noite. Há um intervalo máximo de 30 minutos de espera entre um ônibus e outro. Em algumas linhas são adicionados ônibus extras nos horários de pico – das sete às nove da manhã e das quatro às seis da tarde. As linhas circulares da região do boulevard têm intervalos de cinco minutos e as circulares do centro, intervalos de dez minutos. Quase todos os ônibus locais são adaptados para cadeirantes.

O serviço regional de transporte (Linhas Vermelhas) é gratuito para moradores de Hasselt, desde que mostrem seus cartões de identidade para o motorista do ônibus. Quem não mora em Hasselt paga a tarifa comum, exceto crianças com menos de 12 anos. As linhas regionais Azuis têm uma tarifa própria. Na combinação do uso de linhas regionais e locais, os passageiros pagam a tarifa comum pela viagem completa.

Controle tarifário e inspeção

Nas Linhas H, passageiros não precisam apresentar nenhum tipo de documento. Não há fraude possível, já que o serviço é gratuito. Ainda assim, as rotas são monitoradas para propósitos de controle de qualidade.

Resultados da tarifa zero

Após a introdução da política de tarifa zero, o uso do transporte público aumentou imediatamente e se manteve alto, sendo, hoje, dez vezes maior se comparado ao período anterior. O site oficial de Hasselt registra o crescimento da seguinte forma:

Ano

Passageiros

Porcentagem

1996

360 000

100%

1997

1 498 088

428%

1998

2 837 975

810%

1999

2 840 924

811%

2000

3 178 548

908%

2001

3 706 638

1059%

2002

3 640 270

1040%

2003

3 895 886

1113%

2004

4 259 008

1217%

2005

4 257 408

1216%

2006

4 614 844

1319%

Por garantir acesso à tarifa zero no transporte público, o site de notícias http://gva.be descreveu o cartão de identidade dos habitantes de Hasselt da seguinte forma: “vale como ouro”.

Traduzido e adaptado de http://en.wikipedia.org/wiki/Public_transport_in_Hasselt

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Dialogar sim, mas com quem?

Na ultima quinta-feira, dia 03 de setembro, nosso atual Secretario de Planejamento Eduardo Dalbosco, escreveu um artigo para o Jornal A Notícia , onde ele fala da “...capacidade da coalizão petista de dialogar...”.

Para nós do Movimento Passe Livre nos resta apenas se perguntar: Dialogar sim, mas com quem?

Não podemos afirmar com certeza com quem. Mas podemos afirmar sim, com quem o atual governo não quer dialogar, e é com os Movimentos Sociais e outras parcelas organizadas da população joinvillense.


Segue algumas resposta publicamos no jornal A Noticia de militantes, simpatizantes e pessoas indignadas:

Verdades e mentiras

Octávio Paz diz que “a mentira política se instalou em nossos povos quase constitucionalmente, e se o dano moral tem sido incalculável, alcançando zonas muito profundas do nosso ser, movemo-nos na mentira com naturalidade”. Ao escrever o texto “Dialogar, sim” (3/9), Eduardo Dalbosco, um influente membro da atual gestão, pretende convencer que existe um estado de diálogo instalado entre governo e sociedade.

Talvez o secretário de Planejamento acredite nisto, mas vai precisar de muito mais para que sua afirmação venha a ser uma realidade. Um dos caminhos será o exercício deste prometido diálogo, ou insistir no ilusionismo.

Sérgio Gollnick
Joinville
7 de setembro de 2009


Fonte: http://www.clicrbs.com.br/anoticia/jsp/default2.jsp?uf=2&local=18&source=a2644756.xml&template=4191.dwt&edition=13075&section=882

Dialogar, sim

Realmente, o governo PT já deixou muita gente atônita, como o próprio secretário de Planejamento, Eduardo Dalbosco, afirmou em seu artigo “Dialogar, sim” (“Palavra do Leitor”, 3/9), mas não com a surpresa de uma gestão democrática, nem participativa.

Devemos lembrar aqui dois fatos que surpreenderam a população: o decreto do aumento da água e, posteriormente, o decreto para o aumento da tarifa do transporte coletivo.

Quando o secretário fala em Estado dialogando com população, esquece de que os reais interessados são excluídos dessa conversa, durante a Conferência das Cidades. O único movimento social ativo na cidade de Joinville, o do Passe Livre, foi excluído por não ter CNPJ. Essa forma de dialogar, que restringe o diálogo aos donos da cidade, não é nada mais que uma máscara para o autoritarismo dos empresários; a população se vê excluída dessa “democracia” da gestão atual.

O governo Carlito em muito se parece com a gestão anterior, quando o então prefeito Marco Tebaldi. O que diferencia a gestão atual é que ela tenta mascarar uma falsa democracia, um falso diálogo com a população.

Bruno Marques
Joinville

5 de setembro de 2009


Fonte:http://www.clicrbs.com.br/anoticia/jsp/default2.jsp?uf=2&local=18&source=a2643124.xml&template=4191.dwt&edition=13060&section=940

Dialogar, sim

O texto “Dialogar, sim” (3/9), do secretário de Planejamento, Eduardo Dalbosco, é ingênuo ou mal-intencionado. Ingênuo se ele acredita que os espaços que são abertos para discussão na cidade têm mesmo potencial democrático, como ele afirma.

Quando as vozes se levantaram contra o aumento da tarifa de ônibus, quem foi ouvido? Quem são os representantes do Conselho da Cidade? A maioria dos representantes populares foi impedida de participar por questões burocráticas.

Uma gestão participativa e democrática está muito longe de abrir canais para diálogo com a população. Está apenas onde a população vive em diálogo e toma as decisões referentes ao seu cotidiano.

Douglas Neander
Joinville
4 de setembro de 2009

Dialogar, sim

Eduardo Dalbosco, secretário de Planejamento de Joinville, escreveu em seu artigo que muita gente está “surpresa – talvez até atônita” com a “cultura participativa” instaurada pela gestão petista na Prefeitura.

Na cidade em que vivo, o prefeito aprovou o aumento na tarifa do transporte coletivo sem realizar o fórum para discutir o transporte. A Conferência da Cidade foi um completo equívoco, um jogo de cartas marcadas a favor da ordem política de exclusão das vozes dissidentes da cidade, ou seja, não sabendo viver com a diferença política. O artigo me deixou preocupado, pois acho que estamos vivendo em duas cidades diferentes..

Maikon Jean Duarte
Joinville
4 de setembro de 2009


Fonte:http://www.clicrbs.com.br/anoticia/jsp/default2.jsp?uf=2&local=18&source=a2642233.xml&template=4191.dwt&edition=13055&section=882



terça-feira, 1 de setembro de 2009

Carta aberta do Movimento Passe Livre Joinville

Carta aberta do Movimento Passe Livre Joinville


O Movimento Passe Livre Joinville vem a público comunicar que no dia 7 de setembro realizará o enterro do que está morto faz tempo: o transporte público de Joinville.

Morto, embora nem bem tenha existido, afinal, para nós, o que chama-se público jamais deveria servir de fonte inesgotável e incontrolável de lucro para um pequeno número de indivíduos que explora o transporte. O que temos é um sistema capenga que inverte a lógica, somos nós, usuários e usuárias, que financiamos, não só o custo mínimo para gerir o sistema de transporte, mas também, o lucro dos empresários da (s) empresa (s) Gidion/Trantusa.

O público deve atender as necessidades e direitos da população, o que é público deve estar acessível a todos e todas, se para acessar esse direito público temos que pagar 2,30 por uma tarifa, um critério puramente capital, está mais do que provadoo que nosso sistema de transporte não atende aos requisitos a que se propõe, é desigual e antidemocrático, ou seja, não existe!

O MPL já sofreu alguns golpes da atual gestão, como a aumento abusivo da tarifa de ônibus – que foi concedido sem cumprir as promessas que a prefeitura fez a Frente de Luta pelo Transporte Público, de que não haveria aumento sem antes realizar uma auditoria no transporte –, a Prefeitura também implantou um conselho municipal que diz ser a voz da sociedade civil, mas que simplesmente exclui movimentos sociais, entre eles o MPL, por não possuir CNPJ.

Enfim, não teríamos motivos para considerar o governo petista "menos pior" que a gestão tucana, afinal ambos legitimaram a exploração do transporte concedendo aumento na tarifa a pedido das empresas, apesar de tudo, vamos levar em consideração a nova promessa - que esperamos ser cumprida desta vez -, a da realização de um fórum sobre transporte em Joinville, onde o MPL - que luta há cinco anos na cidade por um transporte verdadeiramente público - terá seu espaço para defender uma concepção de transporte livre da iniciativa privada, gratuito e democrático, que possibilite de forma ampla o direito de ir e vir, e promova acesso aos espaços de educação, cultura e lazer, sem diferenciar e limitar esse acesso pela condição financeira . Esse fórum discutirá o modelo para substituir o atual sistema de exploração do transporte público de Joinville - esperamos.

No dia 7 de setembro, o MPL participará do grito dos excluídos, representado todos aqueles que são segregados pelo transporte, enterraremos simbolicamente o que combatemos todos os dias através da luta por um transporte público.