segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Independência Morte

Sete de setembro de 2006. O desfile oficial da independência ocorre na Beira-rio, de forma ordeira e pacífica. Pelo menos é o que parecia. Cercados por duas motos, duas bicicletas e um furgão, além de vários policiais militares, encontram-se o grupo do Grito dos Excluídos e uma dúzia de militantes do Movimento Passe Livre. O Grito não tinha permissão para desfilar no dia sete, mas mesmo assim um espaço foi cedido ao MPL pelo Grito. Cercados, a liderança do tradicional movimento de excluídos negociava a entrada no desfile. O MPL entraria. Com ou sem permissão.


Após a passagem do Colégio Governador Celso Ramos, os dois grupos entraram na avenida. A bateria do MPL tratou de fazer o barulho, e os gritos, apesar das poucas vozes, eram suficientes.

Como esperado, os excluídos e o MPL não foram anunciados no microfone. Prefeito, autoridades e políticos em campanha sumiram do palco à frente do Centreventos, como que tragados pela terra. O MPL virou-se de costas para as autoridades covardes, que ali não estavam. A passagem foi breve.

Nosso Dom Pedro de samba canção, espada de plástico e nariz de palhaço representou a independência morta. Morta de autonomia. Morta de iniciativa. O destaque da imprensa não se referia as formalidades militares. Os excluídos são mais interessantes, afinal, sete de setembro tem todo ano, sempre a mesma coisa. Mudam apenas os idiotas no palanque.

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Relato do CMI

Arquivo de 10 de setembro de 2006

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